Cinco percepções para você se relacionar diferente com o tempo
Você se sente sem tempo? Quantas vezes você falou hoje que está sem tempo? O tempo é experienciado de forma subjetiva e nem sempre corresponde ao que lemos no relógio ou calendário. Nossa experiência é tangibilizada pela nossa percepção mental.
Se a experiência do tempo é algo que está no nosso campo mental, então também é algo que pode ser reprogramado e reorganizado. É isso que fazemos quando adotamos pequenos hábitos para fazer o nosso tempo “render”.
Os três pilares para isso são:
Disciplina: fazer o que precisa ser feito;
Organização: fazer o que precisa ser feito dentro do tempo disponível para isso;
Constância: fazer o que precisa ser feito mesmo que bata a preguiça, o desânimo.
Gerenciar é um ato consciente de si mesmo, é ser responsável pelo que está atuando. Ao aprendermos a gerenciar o tempo, evitamos o acúmulo de tarefas e o sentimento de culpa. Sem planejamento não “sobra tempo” para se exercitar, ler ou meditar. Somos apenas tomados por essa sensação de que o dia precisaria ter mais de 24h.
Experimente estas práticas para gerenciar o seu tempo:
Tempo é energia
Esses dois recursos estão totalmente ligados, pois as tarefas demandam de energia para serem realizadas. Se não for capaz de gerenciar a quantidade de energia suficiente para cada uma delas, poderá se sentir “sem tempo” e drenado.
Você não pode ampliar o tempo
O tempo é um campo de atuação que não pode ser esticado. Por isso, precisamos aprender a gerenciar este campo.
Aprenda qual é a dimensão das suas tarefas
Dimensão está relacionada ao valor que isso tem para você, mais do que uma necessidade ou dever. Se não entender o que é importante para você, não saberá o que é prioridade e tudo ficará embolado.
Gerencie novas demandas
Antes de incluir uma nova atividade, lembre-se que seu tempo é um campo que não pode ser expandido. Pergunte-se: O que reconheço disso? Qual valor isso me traz?
Se algo novo é importante para você, reordene o restante.
Tente ressignificar o tamanho das tarefas
Aquilo que era importante para você há um tempo ainda segue sendo valoroso? Para que possamos encaixar novas prioridades, analise e veja se pode tirar algo que não serve mais ou delegar esta função.
Dica bônus: não tente ser organizado: busque estar organizado
Organização é uma estratégia da mente para estar num espaço de harmonia.
Rotina é a base da organização. Planejar ajuda a se manter mais calmo, principalmente quando tem muitas atividades para dar conta.
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Você está sentindo que o tempo está voando? Que o ano já passou?
Hoje falamos que o tempo é medidas. Dias, horas, minutos. Antigamente, quando ainda não existiam relógios, o tempo era definido pelos ciclos e pelos eventos, é noite então é hora de dormir, tem fome, então é hora de comer. Os momentos criavam o tempo, hoje o relógio cria os momentos. As horas nos dizem o que fazer.
O tempo hoje é uma sucessão de perspectiva cronológica linear, uma tentativa de mensurar o que acontece entre o nascimento e a morte, mas não é através de horas que mensuramos nossa existência na nossa mente. Aqui o tempo é experienciado de forma subjetiva e nem sempre corresponde ao que lemos no relógio ou calendário. Um almoço de 1 hora com um amigo passa num piscar de olhos, enquanto a espera de 1 hora por um ônibus atrasado pode parecer interminável, a duração cronológica é idêntica, mas o que está acontecendo é percebido totalmente diferente.
Uma das formas que nossa mente qualifica o tempo é a partir da formação de memórias. Quando viajamos por uma semana para um novo lugar, o tempo voa, porque tudo é novo, mas quando chegamos em casa e olhamos para trás, tem tantas memórias novas que parece que estivemos fora por meses. Já na quarentena em que os dias são parecidos, uma mesma rotina com poucas memórias novas, traz a sensação de o tempo estar rápido demais quando olhamos para a semana que passou.
Nossa experiência é tangibilizada pela nossa percepção mental, cada um tem uma experiência de tempo diferente, relacionada a suas memórias, interpretações, sensações e mudanças.
Nossa existência acontece num tempo e espaço. Como preenchemos o espaço e como mudamos dentro deste espaço ( tempo) qualificam nossa vida. A Fenomenologia, o estuda o estuda as estruturas da experiência consciente vivenciada do ponto de vista da primeira pessoa, junto com as condições relevantes da experiência. Assim, o tempo fenomenológico é o que experienciamos e não os seus ponteiros. Então se o tempo é um fenômeno, onde encontramos o fenomenal? Segundo a mitologia grega, existe um Chronos e um Kairós. Chronos a linha de tempo, a interpretação linear de mudanças. Kairós a oportunidade de mudar. Só há um tempo em que a oportunidade, a experiência e a mudança acontecem: Agora. Todos os outros tempos são criações da nossa mente sob os ponteiros de um relógio.
E se o tempo é a experiência consciencial da mudança, um fenômeno que acontece agora em mim, então este deixa de ser uma linha, para ser ritmo e pulsação. Como dizia Rubem Alves: O tempo pode ser medido com as batidas de um relógio ou pode ser medido com as batidas do coração. O nosso convite hoje é que reconheça que o tempo do relógio só faz sentido se na nossa jornada serve à pulsação do tempo do coração.