Como se sustentar num mundo em desconstrução?
O termo “desconstrução” começou a ser utilizado numa contextualização filosófica pelo trabalho do filósofo francês Jacques Derrida, em 1960, ganhando um processo evolutivo com seu uso e hoje sendo abordado como uma forma de comunicar um processo de transformação e reestruturação de novos paradigmas.
O mundo está se desconstruindo e nós também. É importante reconhecermos nossa parte neste processo, reconhecermos que nessa desconstrução não podemos tentar segurar paredes que precisam ser derrubadas para nos sentirmos seguros, mas sim ancorarmos em autoconhecimento, em capacidade de sustentar um equilíbrio e uma força interna e de abrirmos nossa mente e nosso coração para uma nova construção a partir dos aprendizados e dos espaços do que estamos desconstruindo e juntos criarmos então um novo horizonte.
Aqui compartilhamos algumas ferramentas que sentimos serem efetivas ao longo deste processo:
Passo 1: Reconheça que assim como o mundo, você também está em desconstrução
Quais as paredes que você está tentando segurar? Quais seguranças elas lhe trazem? Quais são as suas resistências a este processo de desconstruir-se?
Escreva sobre elas. Esse passo abre portas para os seguintes.
Passo 2: Quando em desconstrução, é importante desapegar das estruturas limitantes, que sustentam um habitat no qual você reconhece que não quer mais viver.
Pratique o desapego. Encontre 3 pensamentos/atitudes/hábitos limitantes e os escreva. Reconheça o que é importante para você neste momento Leia novamente e agora reconheça como você pode praticar esse desapego
Passo 3: Aprenda a acolher e gerenciar suas emoções
Quando em desconstrução, as emoções se tornam emergentes, estão trazendo à tona nossas interações harmônicas e desarmônicas no processo. Podemos sentir raiva, irritação, medo, ansiedade, culpa, rejeição, asco, insegurança. Reconheça como você está se sentindo neste momento de sua desconstrução. Abra espaço para elas, acolha e escreva sobre elas e porque está sentindo assim. Dê o tempo necessário para elaborá-las e não hesite em procurar ajuda se necessário durante este processo.
Passo 4 : A importância de conversar com alguém
Quando em desconstrução, o velho não serve e o novo ainda não se apresentou. Podemos nos sentir perdidos, desanimados e sem horizontes. O diálogo, a escuta e a troca possibilitam novas perspectivas e abertura interna para novos horizontes.
Escute ativamente, troque, acesse um espaço de vulnerabilidade, fale sobre como você está se sentindo.
Passo 5: Conecte-se ao seu corpo
Quando em desconstrução é importante reconhecer que sua sustentação encontra-se em você. Movimente-se, escute seu corpo. Fortaleça e cuide do que lhe mantém em pé. Caminhe, dance, pratique yoga, corra por pelo menos 20 minutos ao dia. Ao final do exercício fique uns minutos em escuta e conexão com o seu corpo.
Passo 6: Conecte-se a sua respiração
A respiração é uma das ferramentas internas mais potentes para sua sustentação. Ela lhe traz presença, ativa seu sistema nervoso simpático e parassimpático possibilitando um equilíbrio adaptativo do nosso ser neste momento de transição.
Comece com a respiração do quadrado diariamente por 5 minutos ao dia, podendo chegar até 11 minutos.
Inspire em 4 segundos - Sustente o pulmão cheio por 4 segundos- Expire em 4 segundos- Sustente o pulmão vazio por 4 segundos.
Passo 7: Medite
Todo processo de desconstrução é dependente de uma expansão da nossa mente, do cultivo de uma mente aberta e disposta a aprender, a soltar e criar novos horizontes. Trabalhar e reprogramar nossa mente é fundamental e a meditação se torna uma chave-mestra para isso.
Comece meditando com o mantra ONG SO HUNG ( "Infinito criativo eu sou"). Inspire profundo e expire entoando o mantra.
Passo 8: Seja parte de um coletivo
Conecte-se e some com pessoas que estão junto com você em desconstrução, além de encontrarem um apoio mútuo, de reconhecer a diversidade lhe proporcionando novas perspectivas, de ancorarem um sentido comum a partir dos valores que estão sendo reconhecidos, juntes é possível a construção conjunta de um novo horizonte e quem sabe de um novo mundo.
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