Transições da vida: como lidar?
Ansiedade, desequilíbrio, desânimo, apatia, desequilíbrio. Talvez você esteja passando por alguma dessas sensações, como se você se olhasse no espelho e não se reconhecesse.
Entender esses sentimentos é fundamental para se perguntar: não está na hora de mudar?
A transição é como um parto: inerente à vida, forte, pulsante, doloroso e belo. É preciso sair do útero, aquecido e seguro, para que se possa vir à luz e crescer.
É preciso desapegar do antigo eu, desconstruir, entrar no caos do entre e construir de novo. Você se solta, se despede, com o coração amoroso e gentil, reconhecendo que já foi e não é mais.
Esse é o processo de transição. Não é o lugar de tentar encontrar a paz em algum lugar parado, mas reconhecer a paz justamente entre os passos da nossa jornada. E ao construirmos o novo, chegarmos nesse espaço lindo e (re)descobrimos que temos que transicionar novamente.
Essa é a natureza do ser humano. Você está aqui para vivenciar essa experiência.
Check-list da transição
Você tem identificado algum desses sinais recentemente?
Tem sofrido com os sintomas da ansiedade
Sente que perdeu o controle de tudo
Está entorpecido e com medo do que pode acontecer
Tem uma sensação de sufocamento, aperto ou prisão
Anda sem ânimo, cansado e sem forças
Tem tido dificuldade de lidar com esse momento de incertezas
Sente-se paralisado, sem saber para onde ir e sem clareza
Com a confiança abalada
Cansado pelo excesso de novas informações e situações
Está sobrecarregado ou esgotado
Sente-se acomodado, vivendo mais do mesmo
Tem bloqueios criativos ou não consegue se expressar
Diante das incertezas, podemos ficar inertes, resistir às mudanças ou aceitá-las. Identificar a transição, abraçá-la voluntariamente e de forma consciente permite reconhecermos que estamos dentro de um casulo que não comporta mais o que nós somos.
É preciso uma longa despedida daquilo que foi o nosso porto seguro. Depois desse desapego, você reconhecerá que está no espaço do “caos do entre”. Esse momento em que você não está lá, nem cá. Essa etapa pode ser marcada pela presença de angústia, insônia, medo e tensão. Você pode voltar para o conforto do conhecido ou escolher enfrentar esses obstáculos.
Se você enfrenta o caos do entre, mesmo sem saber o que está por vir, mas confia no que está se abrindo, é aí que o novo começa a se revelar. Ao destruir o velho, encarar a insegurança do caos, o começo de uma nova jornada traz consigo os desafios da construção do novo. O esforço da criatividade, a compreensão do erro como parte do processo e a beleza da reconstrução.
Complemente a leitura:
8 passos para atravessar tempos de mudança
O desapego é fruto da integração de duas sabedorias regentes: a incerteza e a impermanência
O instante tem possibilidade infinita
O instante tem possibilidade de eu ser, de transformação, de mudança, de caminhos. O instante é uma oportunidade de escutar sutilmente.
Mas, logo vem a nossa mente, cheia de ponderações, e nos pergunta: “você está pronto”?
E essa é uma pergunta que pode nos contrair muito, porque, se olharmos para isso, quem está pronto? Nós somos processo e, se somos processos durante toda a vida, será que existe aqui e agora a possibilidade de nós estarmos prontos?
Talvez o nosso “pronto” seja a nossa despedida dessa manifestação que somos. Nós somos processos, e é importante a gente se habitar nessa presença. Não se trata de estar pronto e sim querer ser, buscar sentir, se revelar para que sejamos, reconhecendo o processo.
Ao invés de nos colocarmos numa proposta “eu quero estar pronto para começar”, “pronto para sentir”, “para mudar”, “para viver”... quem sabe a gente modifique e diga: “eu quero estar aberto, e entregue para o desconhecido, confiante da minha capacidade de superar desafios e encontrar oportunidade e beleza no que universo me reserva”.
Quem sabe me proponho a assumir humildemente o que eu não sei, que possa me sustentar na incerteza e na impermanência de tudo Quem sabe, ao invés de estar pronto, eu deixo meu coração guiar a minha mente nos passos da minha jornada. Quem sabe eu me permita e me abra para cada dia dar o meu melhor, com escolhas conscientes que elevam a mim e a quem está ao meu redor.
Quem sabe eu me proponha a estar plena, não com as posses, mas sim com as inspirações e respirações que sustentam o que sou. Que eu procure ter esperança para ser parte de uma mudança. Quem sabe eu me proponho aqui e agora a simplesmente ser, simplesmente ser, simplesmente ser….
Que a gente possa estar compartilhando de mãos dadas no solo em que a gente estiver. Neste solo, a gente pode florescer, sustentando um coração aberto e humilde.
Meditação para ser estável
Essa meditação traz a retenção de ar para ativar nosso sistema nervoso, proporcionando conexão, profundidade e muita calma. Uma prática para nos trazer neutralidade. Experimente a prática guiada por Simrat - Dra. Carol Presotto: