Ciência e Espiritualidade: Auto-compaixão e meditação podem gerar melhor saúde mental
Os benefícios psicológicos associados à meditação vêm ganhando espaço nas pesquisas acadêmicas ao redor do mundo. Em 2020, um estudo da Pontifícia Universidade de Salamanca, na Espanha, identificou que o aumento da autocompaixão está relacionado aos benefícios da meditação para a saúde mental.
O escopo do levantamento considerou 828 pessoas (414 "meditadores" e 414 "não meditadores"), mostrando que uma prática consistente de meditação tende a ter resultados positivos na saúde mental. O coordenador do estudo, José Ramon Yela, revela que "a meditação está positivamente associada à saúde mental, embora a regularidade da prática fosse um elemento influente a ser considerado". Em média, aqueles que meditam com mais frequência tiveram melhores resultados em saúde mental.⠀
O professor Yela explica que praticar constantemente a meditação pode aumentar os níveis de auto-compaixão, gerando uma espiral ascendente que traz mais significado à vida, menos comportamentos de fuga e, finalmente, melhor saúde mental. "Ser autocompassivo é especialmente importante quando uma pessoa passa por um período difícil na vida", afirma.
Nesse sentido, é importante esclarecer o significado da autocompaixão, que inclui três componentes:⠀
A capacidade de ser gentil e perdoar a si mesmo e menos autocrítica. ⠀
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O reconhecimento que a experiência humana é inerentemente cheia de graus variados de dor, sofrimento e dificuldade.⠀
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A capacidade de estar consciente de pensamentos e perturbadores e emoções perturbadoras de momento a momento, sem deixar que esses sentimentos se consumam ou arruinem o seu dia.⠀
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"Em suma, destacamos a relevância de ser gentil consigo mesmo, tratando-se com compaixão, reconhecendo o que é valioso na vida e seguindo em frente, mesmo que a vida nem sempre seja como se gostaria", explicou Yela. O artigo foi publicado no Jornal of Clinical Psycology. ⠀
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