Pranayama: o poder da respiração alternada

Alternar para elevar! Mais do que uma forma de se concentrar na sua respiração, a prática alternada proporciona a purificação dos seus canais de energia (nadis). Como a lua fria flui em sua narina esquerda (ida) e o sol quente flui em sua narina direita (pingala), o exercício cria um equilíbrio na sua respiração e, assim, no seu estado mental.

Respirar é vida. Não há saúde, se nossa respiração está curta, rápida ou ofegante. Nos relacionarmos conscientemente com nossa respiração é passo fundamental para o nosso bem-estar (habitar a si mesmo com harmonia).

No terceiro vídeo da nossa série de vídeos sobre respiração consciente, trazemos orientações para encontrar o equilíbrio com a prática da respiração alternada. 

 Respiração alternada: equilibrando as polaridades


Segundo os ensinamentos yóguicos, temos 72 mil correntes ou canais de energia, chamados Nadis, dentre eles estão Ida e Pingala. 

Ida é o canal que termina na narina esquerda e transporta energia receptiva, refrescante,  calmante, relaxante,  empática, relacionada à  polaridade feminina e lunar, ativando o sistema nervoso parassimpático. Já Pingala é o canal que termina na narina direita e transporta a energia de vitalidade, de foco, alerta, ação-orientada, relacionada à polaridade masculina e solar, ativando o sistema nervoso simpático.

Nós respiramos predominantemente por uma narina. A narina dominante alterna a cada 90-150 minutos. Assim, sendo esta uma ferramenta para equilibrar nossa engenharia interna, regular nosso sistema nervoso e, através de nossas polaridades, conectar à unidade.

Por que usamos uma respiração consciente para meditar?


Durante a prática do yoga e da meditação, induzimos uma respiração consciente com a intenção de potencializarmos esses momentos. Em um primeiro momento, buscamos uma respiração natural, ou seja, deixarmos fluir o ar através das narinas, vias aéreas e pulmões, sem nenhum tipo de condução. 

Porém, no Ocidente, é comum termos uma respiração paradoxal em que inspiramos trazendo o abdômen para dentro, o diafragma para cima, limitando os pulmões. A forma mais fácil de identificar isso é perceber se você respira puxando o ponto do umbigo para dentro e exala o ar soltando o abdômen. Neste processo, aproveitamos apenas um terço da capacidade dos pulmões e, assim, desqualificamos nossa respiração.

A respiração profunda é o rompimento deste paradoxo. Inicia pela respiração nasal, soltando o ponto do umbigo. Assim, o diafragma desce, permitindo que os pulmões se encham completamente. Ao exalar, empurra-se levemente o ponto do umbigo para dentro, fazendo com que o diafragma suba e expulse o ar que está no pulmão. 

Além disso, o diafragma é um ponto essencial para transformar o nosso estado meditativo. É através dele que acessamos nosso sistema nervoso parassimpático, responsável por liberar neuroquímicamente substâncias responsáveis pelo relaxamento. A partir disso, é possível alcançar uma meditação ainda mais profunda. 

Se durante a prática você está conseguindo acessar a respiração profunda, torne-a natural para você. Com consciência, esse processo retoma o seu papel original. 

Experimente algumas experiências com a Meditação do Sentir: 

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Com amor,⠀

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