Disciplina e autocompromisso são ferramentas para ser livre
Como é para você firmar um autocompromisso? Sente que é mais fácil assumir um compromisso com o outro do que com você mesmo? O que faz com que isso aconteça? O que está entre você e a disciplina?
As amarras e distorções criadas pela sua mente desviam-no da liberdade e do reconhecer a si mesmo. O tempo todo, a mente fabrica condicionamentos. A solidificação dessas narrativas gera padrões. São como carimbos mentais que se traduzem na forma que assumimos, nos papéis que nos dispomos a atuar.
Quando olhamos para a nossa jornada de aprimoramento e transformação, nós estamos reconhecendo nossos carimbos. Para lidar com eles, é preciso disciplina e compromisso.
Em uma prática consistente, eu vibro a experiência de quem eu sou. Quando pensamos em disciplina, estamos falando da sustentação destes momentos em que afloramos essa essência.
Para qualquer transformação, o autocompromisso é o primeiro passo dessa jornada. Com disciplina, eu alcanço a prática. A partir da prática, eu me transformo.
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A disciplina move e abre espaço para a força da minha alma
Ao colocarmos as metas e desejos em perspectiva, também precisamos refletir sobre as amarras e distorções criadas pela mente que desviam-nos da liberdade e do autorreconhecimento.
Disciplina é uma forma de liberdade. É através do espaço em que eu assumo um compromisso comigo e abro espaço pra essa troca, esse aprendizado, esse autoestudo, que eu proporciono o caminho e a expansão para a minha liberdade. Liberdade é esse espaço em que eu sou livre para ser quem sou.
Quando nós falamos em disciplina, na nossa jornada de aprimoramento e de conexão espiritual, estamos falando da sustentação destes momentos em que eu vibro a minha essência. Da prática que, não necessariamente, mas muitas vezes é desconfortável, porque ela traz o desafio de me desapegar de padrões. Mas é justamente aquilo que eu preciso e reconheço.
Com os ensinamentos milenares, aprendemos que o autocompromisso nos dá a possibilidade de acessar a liberdade. Para isso, é preciso disciplina e consistência. Nós nos reconhecemos pela experiência, mas apenas nos transformamos pela consistência da prática.
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Niyamas são os princípios de autocompromisso e de autocomando
O Yoga é um dos caminhos que complementam o autoconhecimento, no processo que conduz à liberdade. Para o equilíbrio entre corpo, mente e espírito, a prática dos Niyamas nos ajuda a cultivar um ambiente receptivo e expansivo que possibilita o crescimento e nos dá autodisciplina e força interior necessárias para prosseguir nesta trajetória.
Os Niyamas são observâncias internas que o praticante de yoga deve ter. Ao contrário dos Yamas, que são as observâncias externas, o compromisso em relação a todo o mundo, os niyamas trabalham um compromisso com si próprio.
Sendo os primeiros “passos” do Yoga nas descrições de Patanjali, os Yamas e Niyamas são considerados de extrema importância para a prática de ser a si mesmo. Existem cinco observâncias que o yogi deve buscar:
Shaucha: pureza e nutrição
Tanto a mente quanto o corpo devem ser purificados para alcançar clareza e desobstruir a consciência. O Yoga encoraja a escolha do que nutre o corpo, a mente e a alma, desde um pensamento até uma ação.
Santosha: contentamento
É a maneira como olhamos para as situações, pessoas e para nós mesmos. É equilíbrio, um reencontro da plenitude que mora dentro de você, independente dos cenários externos. É uma prática da não resistência, da aceitação e do compromisso com a mudança evolutiva de tudo, inclusive nós mesmos.
Tapas: disciplina
É o combustível da vontade da minha alma, é um alinhamento. O Tapas constrói a força de vontade e empenho pessoal que nos ajudam a sermos mais dedicados à prática. É através da disciplina, de um ritmo harmônico pessoal que encontro a liberdade para ser.
Svadhyaya: autoestudo
A vida nos oferece infinitas oportunidades para aprendermos sobre nós mesmos. Nossas falhas e fraquezas nos dão a oportunidade de crescer e nossos erros nos permitem aprender. Aqui o autoestudo tem referência interna, é um espaço de integração com os nossos aprendizados.
Ishvara Pranidhana: a devoção e entrega
A devoção a algo que é maior que o eu finito. É a entrega à sabedoria da incerteza. Quanto mais praticamos yoga, mais reconhecemos que nossa jornada é maior do que nós mesmos. A devoção a este reconhecimento é Ishvara Pranidhana.
Para a transformação, é necessário a prática. Aceite entregar-se para o processo. E a prática da observância interna tem o potencial de lhe trazer profundas transformações.
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Com amor,
Medicina da Consciência