Ciência e Espiritualidade: respiração yóguica melhora movimento do fluido cerebroespinhal, revela pesquisa
Já pensou como seria se pudéssemos ajudar na “limpeza” do cérebro? Em artigo científico publicado em junho de 2022, na revista Scientific Reports, pesquisadores americanos identificaram benefícios do efeito da respiração yóguica sobre a atividade do fluido cérebro espinhal.
Ao longo do tempo, nosso cérebro pode ficar com um “depósito de proteínas desorganizadas”, causando um acúmulo maléfico para nós, levando à doença neurodegenerativa, como o Alzheimer. Por isso, é tão importante fortalecer mecanismos de “limpeza” para auxiliar na proteção deste órgão.
Com o envelhecimento da população mundial, as doenças neurodegenerativas estão se tornando muito prevalentes. Assim, entender formas de prevenir e melhorar processos que evitem estes acúmulos se faz essencial.
Sabemos que, através do movimento pulsátil do líquido cerebroespinhal, os depósitos de proteínas danosos são reduzidos. Normalmente, os batimentos cardíacos promovem os movimentos pulsáteis responsáveis por dar um ritmo para os movimentos do líquido cerebroespinhal.
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Entretanto, em uma pesquisa pioneira, Yildiz e colaboradores estudaram o efeito da respiração yogi no estímulo dos movimentos pulsáteis do fluido cerebroespinhal. Eles tiveram 18 participantes voluntários (oito mulheres e dez homens) com idades entre 18 e 61 anos. Em seus experimentos, foram avaliados os efeitos de quatro respirações tradicionais da yoga:
Respiração lenta (RL)
Respiração abdominal profunda (RAP)
Respiração diafragmática profunda (RDP)
Respiração profunda torácica (RPT)
Todos os resultados das execuções das quatro respirações yóguicas foram comparados à respiração espontânea.
Os voluntários foram instruídos a realizar estas respirações ao mesmo tempo que eram submetidos a medidas de ressonância magnética funcional, capazes de mensurar a dinâmica pulsátil do fluido cerebroespinhal (FC).
Os resultados deste artigo apontam que, com exceção da RPT, os outros três estilos de respiração foram benéficas para o movimento do fluido cerebroespinhal. Em especial, a respiração profunda diafragmática se mostrou a mais eficiente, com um aumento de eficiência do movimento pulsátil de FC de 118% quando comparado à respiração espontânea.
Inclusive, a respiração profunda diafragmática foi mais eficiente que o estímulo cardíaco para a pulsação do FC em quatro dos 18 voluntários. Este estudo sugere que a respiração pode ter um efeito extremamente positivo na saúde do cérebro, dependendo da frequência, profundidade e região da respiração.
Este conteúdo conta com a curadoria e redação de Juliana Reis Cortines, Doutora em Química Biológica na UFRJ