O sistema nervoso pode ser hackeado?

Vivemos em alerta. Ansiedade, estresse e insônia viraram parte da rotina de muita gente. Mas você já parou para se perguntar por quê? A resposta pode estar menos nas circunstâncias e mais no que o nosso corpo e mente gravaram como ameaças ao longo da vida. Em outras palavras: nos nossos traumas.

Trauma não é o que aconteceu. É o que ficou.

O trauma não é só o evento difícil que vivemos – é o registro que ficou dele. O que nos marcou, a forma como interpretamos aquela experiência. É como se o cérebro deixasse um imprint, uma marca no nosso campo mental. A partir disso, o sistema nervoso passa a trabalhar em modo proteção.

Imagine uma criança pequena, sempre a última a ser buscada na escola. Os pais trabalham longe, mas nunca deixam de buscá-la. Ainda assim, a repetição desse cenário pode fazer com que a criança grave a sensação de ser menos amada. O que ficou? Um possível sentimento de abandono ou rejeição. E isso pode influenciar, de forma sutil ou profunda, todas as suas relações futuras.



Esse é o poder (e o perigo) do trauma: ele se transforma em viés

Sem perceber, começamos a evitar tudo o que nos lembra aquela dor. E assim, o trauma se manifesta por caminhos não óbvios: na dificuldade de confiar, no medo de perder, na insegurança constante. Mas há uma notícia boa: nós não somos o nosso trauma. Ele está em nós, mas podemos transcender essa marca.

Como? Pelo sistema nervoso.

O sistema nervoso autônomo – aquele que comanda tudo o que fazemos sem pensar (respirar, digerir, bater o coração) – é também o guardião dos nossos estados de alerta e relaxamento. Ele tem dois modos principais: o simpático (acelerador) e o parassimpático (freio). O primeiro ativa o corpo para lutar ou fugir; o segundo ajuda a relaxar, digerir, descansar.

E é aí que está o centro da virada: em uma sociedade traumatizada, o sistema simpático está hiperativado. Estamos o tempo todo prontos para reagir, mesmo quando não há ameaça real. O resultado? Corpos cansados, mentes inquietas, noites mal dormidas.

A chave está no nervo vago

O nervo vago é o principal canal de comunicação do sistema parassimpático. Quando ativado, ele traz calma, digestão, equilíbrio. A ciência já sabe que sua estimulação ajuda a reduzir traumas, aliviar a ansiedade e restaurar o bem-estar.

Práticas como a meditação, a respiração consciente e até terapias vibracionais como a gongoterapia atuam justamente aí: no fortalecimento do nervo vago. Elas criam espaço para que o corpo desligue os gatilhos automáticos de defesa e reeduque o sistema nervoso a sair do modo de sobrevivência.

Reconhecer o trauma é o primeiro passo. Reprogramar o corpo é o caminho.

Trabalhar o sistema nervoso não é um luxo – é uma necessidade para quem deseja viver com mais presença, leveza e liberdade. É um convite para deixar de sobreviver e, enfim, viver.

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